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Material escolar: Pais economizam até 60% com compra de livros usados

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Material escolar: Pais economizam até 60% com compra de livros usados

A prática é tradicional em Fortaleza, onde existe até mesmo uma feira, no bairro Centro, onde pais e vendedores negociam a compra e venda de materiais escolares.

Pais e mães conseguem obter livros usados até 60% mais baratos que os novos Fabiane de Paula/SVM Entre um ano que termina e outro que começa, os pais de crianças e adolescentes precisam se desdobrar para resolver questões escolares como matrícula, farda e material escolar.

Para aqueles que têm filhos em escolas particulares, um dos maiores desafios é a compra dos livros didáticos.

Pela quantidade e pelo valor, os livros e paradidáticos acabam pesando bastante no orçamento.

Por conta disso, muitos pais e mães recorrem anualmente à compra, venda e troca de livros usados.

Com livros usados, é possível economizar até 60% em comparação com o preço de livros novos, de acordo com pais e vendedores.

A prática é tradicional em Fortaleza, onde existe até mesmo uma feira no bairro Centro, realizada entre dezembro e janeiro, onde pais e vendedores negociam a compra e venda de materiais escolares, de livros a fardas, a preços menores que os obtidos diretamente nas escolas.

LEIA TAMBÉM: Ceará recebe a maior repatriação de fósseis do Brasil após a chegada de quase mil peças da França De pterossauros a insetos: quase mil fósseis são devolvidos ao Ceará após remoção ilegal pela França Além da presença física, muitos pais e mães têm se organizado em grupos de colégios nas redes sociais, como o Whatsapp, para realizar a venda, troca e compra de materiais escolares usados.

“Temos um grupo de compra e venda de livros pelo WhatsApp.

Acaba sendo tipo leilão, quem pagar primeiro garante a compra.

Os valores geralmente são tabelados, fixos”, explica Sarah Souza, que trabalha como designer de sobrancelhas.

Sarah é mãe de dois filhos e há três anos tem adotado a prática de vender os livros usados dos seus filhos e comprar os do ano letivo seguinte também usados.

Este ano, ele já vendeu alguns dos livros usados pelos filhos e também já comprou outros usados.

Com isso, pelos seus cálculos, ela vai obter uma economia de aproximadamente 62% do que gastaria se comprasse os materiais novos.

“Meu filho mais velho vai para o 6º ano do fundamental II, a lista de livros dele, se eu fosse comprar todos novos, sairia uma média de 4 mil reais.

Infelizmente alguns livros a escola mudou, então terei que comprar novos, mas mesmo assim não cheguei a gastar mais de 1500 reais na lista completa [por conta dos usados]”, detalha.

Livros didáticos adotados em escolas podem se repetir de uma turma para outro, o que facilita a troca, compra e venda de usados Fernanda Vilela/G1 Busca de materiais começa entre pais Embora existam opções conhecidas pelos pais para adquirir livros didáticos e paradidáticos usados a preços favoráveis, antes de ir às ruas, as famílias costumam trocar os materiais entre si – e não só livros, até mesmo fardas, se possível.

De acordo com Sarah Souza, existem inclusive acordos entre mães mais próximas - ao longo do ano, já deixam combinado que vão trocar os materiais dos seus filhos.

“Tem uma mãe que o filho dela está um ano a frente do meu, e já é a terceira vez que compro dela, chega o final do ano e ela já deixa reservado e traz todos os livros para o meu filho”, detalha.

Uma das preocupações dos familiares com os livros é a preservação.

Por isso, muitos pais e mães orientam os filhos, desde cedo, a cuidar bem do material.

“Como muitas mães já fazem isso também, existe a preocupação de conservar os livros para quem for usar no próximo ano, principalmente em relação a escrever nos livros.

A gente evita ao máximo que os filhos façam as atividades diretamente nos livros, eu, pelo menos, prefiro que meu filho transcreva para o caderno, assim ajuda na conservação do livro para quem for usar no próximo ano”, conta a designer de sobrancelhas.

Contudo, nem sempre é possível conseguir todo o material necessário com as trocas de pais e mães em grupos do próprio colégio.

Nestes casos, pais e mães têm há anos a opção de negociar com outros pais e mães e com os livreiros em um dos pontos mais tradicionais de venda, troca e compra de livros usados, no Centro de Fortaleza.

Material escolar é um dos principais gastos dos pais entre o fim de um ano e o início de outro Reprodução/EPTV Feira de livros é opção de pais há mais de 30 anos Desde a década de 1990, pais e vendedores se reúnem, entre dezembro e janeiro, na feira Troca Troca, localizada nas proximidades do Museu do Ceará, onde é possível negociar livros usados e até obter serviços de pessoas que trabalham apenas apagando os conteúdos escritos em livros rasurados.

De acordo com o livreiro e vigilante João Batista, que é presidente da feira e responsável pela organização, o evento ocorre há mais de 20 anos na Praça dos Leões, mas antes já passou por outras praças do Centro, como o Passeio Público e a Praça da Bandeira.

“Quando começou essa feira, ela foi formada por pais.

Eu era o filho de um pai que vinha para cá conseguir os livros.

Quem iniciou foram os pais, a finalidade era trocar os livros”, explica João Batista.

Conforme o livreiro, a necessidade dos pais de comprar livros usados vinha da dificuldade de encontrar os livros novos.

“Hoje em dia você já consegue encontrar todo tipo de livro [na feira]”, diz.

Entre as vantagens de ir à feira para adquirir os livros usados para o ano letivo, João Batista destaca os descontos e a possibilidade de negociar a troca de materiais didáticos.

“Um livro que custa em média R$ 300, R$ 320, aqui você consegue por R$ 100, R$ 120.

E se o pai não tiver o dinheiro completo, pode dar um livro ou dois livros como complemento.

Aqui você tanto pode vender como pode comprar e trocar”, detalha.

Apesar das facilidades, o organizador do evento afirma que o número de participantes tem diminuído a cada ano.

Quando a feira começou, recorda João, haviam cerca de 100 estandes de livreiros negociando.

Hoje, são 30.

Feira de livros usados ocorre há décadas no Centro de Fortaleza João Batista/Arquivo pessoal “Anos passados numa época dessa, você passava pelas lojas que tinha na praça e era o povo tudo com as relações na mão, na loja, batendo ombro com ombro”, relembra.

“Depois que começaram a usar os aplicativos, tem muito grupo de paizinho que troca entre si, tem grupo de colégio, OLX, Amazon”, aponta.

Livreiros lamentam baixa procura Paulo Menezes trabalha há 10 anos com a venda de livros usados e reforma de livros, que é a recuperação daqueles que estão desgastados.

De acordo com Paulo, o movimento maior de clientes começa entre a última semana de dezembro e a primeira de janeiro – antes de ir aos livreiros no Centro de Fortaleza, pais e mães tentam, primeiro, trocar livros entre si.

O que eles não conseguem, vão procurar nos vendedores do Centro, a maioria reunidos no entorno da Praça dos Leões.

Nos arredores da praça há várias lojas de venda de livros e de materiais escolares e, no início de cada ano, uma feirinha é organizada para ajudar na negociação com os pais e mães.

“A vantagem de comprar comigo é que geralmente a pessoa quando negocia no grupo de colégio, geralmente pega livro muito usado.

Eu já procuro livro conservado, coloco capa [de plástico], entrego em perfeito estado para uso”, afirma o vendedor.

Segundo Paulo, os livros usados vendidos nas lojas do Centro têm descontos variáveis, mas que costumam ser, em média, de 50% do valor de um livro novo.

“Quando é usado pela segunda vez, segundo ano, dá uns 60%.

Quanto mais usado, mais barato”, explica.

Montagem dos boxes da feira de livros usados costuma ocorrer na última semana de dezembro João Batista/Arquivo pessoal Mesmo com os valores mais atrativos, Paulo afirma que, a cada ano, o número de pais e mães que vão ao Centro para negociar livros escolares tem diminuída.

A impressão do livreiro é compartilhada por Bia Maciel, que também trabalha negociando estes materiais.

Ao g1, Bia contou que trabalha com venda de livros há 16 anos e que, embora o mês de dezembro ainda esteja no início, o movimento está “muito fraco, muito fraco mesmo”.

Assim como outros vendedores, Bia possui um box na Praça dos Leões, mas contou estar cadastrada em alguns sites para fazer vendas, que costumam ter retorno melhor porque, online, a oferta chega a diversos estados do Brasil.

“Depois da pandemia foi baixando, foi baixando, e esse ano tá bem baixo o nível de vendas.

Pode ser que quando comece a feira [de livros usados], pode ser que melhore”, reflete.

“Muita gente está fechando as lojas, está vendendo mais nas plataformas de venda [online], da Amazon”, conta.

Mesmo com a redução na procura, o presidente da feira, João Batista não pensa em parar de organizar o evento.

Neste ano, a montagem dos estandes começa no final de dezembro, a partir do dia 2 de janeiro, a feira vai estar aberta para pais e mães que queiram comprar, vender ou trocar livros usados dos filhos para o ano letivo que começa.

“Eu não pretendo deixar isso aqui tão cedo, fui criado no meio disso aqui”, afirma.

Assista aos vídeos mais vistos do g1 Ceará:


Publicada por: RBSYS

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